terça-feira, 5 de maio de 2015

Mensagem para minha neta que fez quatro anos




No dia 3 de maio de 2015 mais uma netinha esteve de aniversário. Foi mais um dia de reflexões sobre a responsabilidade de gerar, criar, educar e pensar no futuro da geração de brasileiros que começam suas vidas num Brasil que ainda não merece louvores.
Nós, que envelhecemos, somos responsáveis pelo que existe, precisamos corrigir até onde for possível nossos erros e participar da reconstrução de um país que mais uma vez está dobrado apesar dos discursos de lideranças e governantes fracassados.
Essa garotinha que há quatro anos consolidou um casal extremamente responsável é uma menina inteligente, sensível, capaz de crescer e tornar-se uma pessoa positiva. Ótimo!
O que pretendemos dizer para ela é que estude, seja um ser humano fraterno, solidário, capaz de compreender a importância da liberdade, amor ao próximo e igualdade. Tenha, contudo, percepção do que é o ser humano [ (1), (2)] elemento de uma espécie em evolução (ou não?). Sobreviver já é um grande desafio num país em que as “leis são para inglês ver”[1]. Pior ainda, a Humanidade em geral parece ser incorrigível e atavicamente violenta, medíocre.
Temos uma tremenda esperança em novos padrões de educação.
Vimos em Curitiba na semana que passou a revolta dos professores e o terrorismo de Estado (3). Nossa esperança é que todos os professores e professoras voltem às salas de aula dispostos a usar o que aprenderam em suas aulas. Seus alunos carecem de aulas eficazes sobre o que é nossa “democracia”. Nada pior para os políticos que a legião de professores usando-os como exemplos negativos de cidadania.
Os professores são educadores e isso deve ser usado com vigor em todas as oportunidades de convivência com as crianças, jovens e adultos universitários ou não. Os professores podem ser lideranças comunitárias, podem muito mas parece que ainda não perceberam esse potencial. A luta pela sobrevivência, principalmente entre aqueles sem os privilégios conquistados pela elite funcional entre eles é pesadíssima.
Minha querida neta, meus netos e bisnetos, se algum dia lerem e refletirem sobre o que escrevemos após setenta anos de existência não esqueçam que de modo geral colhemos o que plantamos.
Ao envelhecer seremos o resultado de nossas convicções, se as tivermos.

Cascaes
3/5/2015

1. Nietzsche, Friedrich. Humano, demasiado Humano. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2012/01/humano-demasiado-humano.html.
2. Ferry, Luc. Aprender a Viver. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2012/05/aprender-viver.html.
3. Cascaes, João Carlos. 29 de abril de 2015 - dia de luta e ... . A favor da democracia no Brasil. [Online] 29 de 4 de 2015. http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com.br/2015/04/29-de-abril-de-2015-dia-de-luta-e.html.






[1] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (acesso em 3 de maio de 2015) Lei para inglês ver é a expressão usada no Brasil para leis consideradas demagógicas e que não são cumpridas na prática. A origem da expressão tem várias versões, mas provavelmente deriva de uma situação vivenciada no Período Regencial da história brasileira referente ao tráfico de escravos.
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Os ingleses, que tinham explorado a escravidão durante mais de duzentos anos, sobretudo monopolizando o tráfico de negros africanos, passaram a liderar os movimentos antiescravistas. As razões disso são diversas, havendo divergência sobre se isso se deu por razões econômicas, humanitárias ou ambas. Toda a Europa já estava envolvida pelo Iluminismo, e uma das possibilidades é que os doutrinadores liberais, dentre eles, Adam Smith tenham influenciado essa postura, ao afirmar que o trabalho escravo era mais caro do que o trabalho livre.[carece de fontes]
Assim, a partir de 1807, a Inglaterra proibiu o tráfico de escravos em suas colônias, abolindo definitivamente a escravidão em seus territórios a partir de 1833. Daí em diante, começaram uma agressiva campanha pelo fim do escravismo nos demais países, inclusive aproveitando-se de sua supremacia marítima na ocasião. Em 1826 obrigou o Brasil, que havia recentemente adquirido sua independência, a firmar um tratado de abolição do tráfico em três anos, o que não foi efetivamente cumprido. Mas o Brasil, politicamente independente desde 1822, era economicamente dependente dos ingleses, porque eles lideravam a aquisição da produção do café, que estava em plena expansão e também forneciam a maior parte dos produtos manufaturados aos brasileiros. Além disso, os principais banqueiros do mundo eram os ingleses, que fomentavam a concessão de empréstimos e financiamentos aos produtores de café e aos que iniciavam a industrialização do país. Dessa forma, e também por conta da vinculação política estabelecida desde a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, em 1808, a pressão britânica era intensa, o que levou o Governo Regencial — que administrava o país em razão da menoridade do príncipe Dom Pedro II, e que fora colocado no trono com a abdicação de seu pai, Dom Pedro I do Brasil — a promulgar uma lei, em 1831, que declarava livres os africanos desembarcados em portos brasileiros desde aquele ano. Mas o sentimento geral era de que a lei não seria cumprida, fazendo circular pela Corte, inclusive na Câmara dos Deputados, o comentário de que o Regente Feijó fizera uma lei só "para inglês ver".
Ficou, assim, a expressão que designa tanto leis que só existem no papel como também qualquer outra coisa feita apenas para preservar as aparências, sem que efetivamente ocorra.

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